sexta-feira, 3 de julho de 2015

"parece que tudo aconteceu em outra vida. algumas das suas fotos são as mesmas que foram nossas. as nossas fotos e as nossas piadas, emprestadas e aplicadas na sua vida. a vida que me ignorou, que me descartou, que me sobrescreveu. eu queria ver em você algum vestígio de mim. algo que mostrasse que eu existi. não há absolutamente nada. tela em branco. 

você é capaz de aguentar isso? você é mesmo forte? 

eu não apago os seus vestígios em mim. nem que eu quisesse eu conseguiria. a garota que tem novos amigos, novos interesses, novos hobbys, infelizmente ainda é a mesma que você deixou pra trás. isso vai comigo onde eu vá. o buraco no peito, a descrença. o desespero em me proteger, em tentar ler sinais com a antecedência necessária para me salvar de um novo tombo. eu fico esperando doer menos. 

eu não te amo mais. ponto pra mim. 

mas eu ainda choro por sua causa, por nossa causa, pelo que aconteceu comigo, com você, com a gente. 

eu quero que a vida te bata. eu quero ver você irremediavelmente apaixonado e sendo abandonado sem mais nem menos, sendo apagado da história, sobrescrito. eu quero saber que eventualmente você vai estar na sua cama em posição fetal, com medo de tudo e de todos, chorando alto o seu coração partido. talvez nesse momento, um dia, você experimente o que você fez comigo. ainda assim vai ser pouco, eu te digo. 

a terapia não cessa. muda o motivo, muda o detalhe da dor. esses dias, tudo o que eu busco é não deixar que esse monstro que você botou morando dentro de mim destrua a vida que eu posso reconstruir"
trechos extraídos deste post da fantástica Cons
http://www.apartamentotreze.blogspot.com.br/2015/07/catarse.html

A Cons, ela é tão foda.
eu só quis salvar este texto dela aqui, porque é tão absurdamente verdadeiro
tudo isto.

Obrigada por compartilhar tanta emoção, verdade, carinho...

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